O novo coronavírus, o SARS-CoV-2, responsável pela COVID-19, pode causar vários sintomas diferentes que, dependendo da pessoa, podem variar desde uma simples gripe até uma pneumonia grave.
Normalmente os primeiros sintomas da COVID-19 aparecem 2 a 14 dias após uma possível exposição ao vírus, e incluem:
- Tosse seca e persistente;
- Febre acima de 38º C;
- Cansaço excessivo;
- Dor muscular generalizada;
- Dor de cabeça;
- Garganta inflamada;
- Coriza ou nariz entupido;
- Alterações do trânsito intestinal, principalmente diarreia;
- Perda de gosto e olfato.
Estes sintomas são semelhantes aos de uma gripe comum e, por isso, podem ser confundidos. No entanto, é comum que possam ser tratados em casa, já que representam uma infecção leve pelo vírus, mas ainda assim é preciso que a pessoa fique em isolamento durante o período de recuperação para evitar a infecção de outras pessoas.
Sintomas graves de COVID-19
Nos casos mais graves, os sintomas iniciais vão se agravando em pouco tempo, surgindo dificuldade para respirar, dor no peito e confusão, por exemplo. Nestes casos, a infecção é considerada grave e deve ser tratada no hospital o mais rápido possível.
Os sintomas mais sérios da COVID-19 parecem surgir especialmente em pessoas com idade superior a 60 anos ou que tenham algum tipo de enfraquecimento do sistema imunológico, como pode acontecer em casos de doença autoimune, doença crônica ou transplantes, por exemplo.
O que fazer em caso de suspeita
O que se deve fazer quando se suspeita de uma infecção por COVID-19 é entrar em contato com a linha “Disque Saúde” através do número 136, para saber como proceder. Outra opção é entrar em contato com a linha através do número de Whatsapp: (61) 9938-0031.
Se for aconselhado ir ao hospital ou a um posto de saúde, deve-se ter alguns cuidados no caminho entre casa e a unidade de saúde, como:
- Utilizar máscara descartável, para proteger as outras pessoas da tosse e de espirro que podem espalhar o vírus;
- Cobrir o nariz e a boca para espirrar ou tossir, utilizando um lenço descartável e descartando após cada utilização;
- Lavar as mãos antes de sair de casa e logo que chegar ao hospital;
- Evitar o contato direto com outras pessoas, através do toque, beijos ou abraços;
- Evitar utilizar o transporte público para chegar ao hospital.
Uma vez no hospital é importante manter alguma distância das outras pessoas, especialmente nas salas de espera, já que isso permite atrasar a transmissão do vírus.
Além disso, é importante avisar todas as pessoas que estiveram em contato próximo nos últimos 14 dias, como familiares e amigos, sobre a suspeita, para que essas pessoas possam ficar atentas ao surgimento de sintomas.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da COVID-19 é iniciado pelo médico por meio da avaliação dos sintomas e do histórico de contatos da pessoa. No entanto, o diagnóstico só pode ser confirmado após um teste de COVID-19 com as secreções respiratórias ou um exame de sangue para confirmar que realmente se trata de uma infecção pelo novo coronavírus ou não. Dependendo do tipo de exame, os resultados poderão demorar até 6 horas para estarem disponíveis.
Como se pega a COVID-19
A transmissão do coronavírus acontece principalmente por meio da inalação de gotículas liberadas no ar ao tossir ou ao espirrar. No entanto, também é possível pegar COVID-19 quando se entra em contato com uma superfície infectada e depois se passa a mão no rosto, especialmente nas mucosas dos olhos, nariz ou boca.
Além disso, alguns estudos também parecem indicar que o novo coronavírus também pode ser transmitido por via fecal-oral, já que o vírus também pode ser excretado nas fezes. Conheça as principais formas de transmissão da COVID-19.
Mutação da COVID-19
Por ser um vírus de RNA, é possível que o SARS-CoV-2, que é o vírus responsável pela COVID-19, sofra várias mutações ao longo do tempo, dando origem a diferentes estirpes. Uma nova estirpe identificada do vírus é atualmente conhecida como B.1.1.7, ou popularmente como variante do Reino Unido, em que foram identificadas 17 mutações ao mesmo tempo.
Foi verificado por pesquisadores que essas mutações garantiram ao vírus maior capacidade de transmissibilidade e infecção, isso porque cerca de 8 mutações estavam relacionadas com o gene que codifica a proteína presente na superfície do vírus, que é responsável por ligar-se às células humanas, favorecendo a entrada do vírus na célula e resultando na infecção.
Além disso, foi também verificada que uma das mutações promovia o aumento da força de ligação entre as proteínas de superfície do vírus e das células humanas, o que tornaria a eliminação do vírus antes da entrada nas células mais difícil.
Além da variante do Reino Unido, foram também identificadas variantes do SARS-CoV-2 na África do Sul, a variante 1.351, e no Brasil, a variante P.1, que, assim como a outra variante, têm maior capacidade de transmissibilidade. Além disso, a variante P.1 apresenta mutações adicionais que podem interferir na sua capacidade de ser reconhecido por anticorpos.
Apesar da maior capacidade de transmissão, até o momento não existem evidências científicas que essas variantes possam estar relacionados com casos mais graves de COVID-19, sendo necessários mais estudos que permitam entender melhor o comportamento dessa nova estirpe de vírus e se é necessária a adoção de novas medidas de prevenção.
É possível pegar COVID-19 mais que uma vez?
Existem casos relatados de pessoas que ficaram infectadas por COVID-19 mais que uma vez, no entanto, e de acordo com o CDC[1], o risco de pegar novamente o vírus após uma infecção anterior é reduzido, principalmente nos primeiros 90 dias após a infecção, já que o corpo desenvolve imunidade natural durante esse período.
Em qualquer caso, o ideal é manter todos os cuidados necessários para evitar uma nova infecção, como utilizar máscara de proteção individual, lavar frequentemente as mãos e manter o distanciamento social.
Como é feito o tratamento
Não existe um tratamento específico para a COVID-19, sendo apenas recomendadas medidas de suporte, como hidratação, repouso e alimentação leve e equilibrada. Além disso, também estão indicados os remédios para febre e analgésicos, como o Paracetamol, desde que usados sob supervisão do médico, para aliviar os sintomas e facilitar a recuperação.
Alguns estudos estão sendo realizados com o objetivo de testar a eficácia de vários medicamentos antivirais para eliminar o vírus do corpo, como o Remdesivir, a Hidroxicloroquina ou a Mefloquina, que já apresentaram resultados positivos em alguns pacientes, mas até ao momento nenhum medicamento foi comprovado.
Nos casos mais graves, a pessoa infectada pode ainda desenvolver uma pneumonia viral, com sintomas como intensa pressão no peito, febre alta e falta de ar. Nesses casos, é recomendado o internamento no hospital, para receber oxigênio e ficar sob vigilância contínua dos sinais vitais.
Quem tem maior risco de complicações
O risco de complicações graves por COVID-19, como a pneumonia, parece ser maior em pessoas acima dos 60 anos e todas as que possuam o sistema imune enfraquecido. Dessa forma, além dos idosos, também fazem parte do grupo de risco:
- Pessoas com doenças crônicas, como câncer, diabetes, insuficiência renal ou doenças cardíacas;
- Pessoas com doenças autoimunes, como lúpus ou esclerose múltipla;
- Pessoas com infecções que afetam o sistema imune, como o HIV;
- Pessoas que estejam fazendo tratamento contra o câncer, especialmente quimioterapia;
- Pessoas que tenham feito uma cirurgia recente, principalmente transplantes;
- Pessoas que estejam fazendo tratamento com imunossupressores.
Além disso, pessoas com obesidade (IMC acima de 30) têm também maior risco de desenvolver complicações graves, isso porque o excesso de peso faz com que o pulmão tenha que trabalhar mais para que o corpo seja oxigenado corretamente, o que também influencia na atividade do coração. É comum também que associado à obesidade existam outras doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, tornando o corpo susceptível ao desenvolvimento de complicações.
Fonte: Tua Saúde